Se perguntar a alguém porque é que gosta de pasteis de nata, provavelmente vai ouvir a resposta da sensação do crocante, do quente, do conforto, do ato de se sentar e pedir um café e ler o jornal ao mesmo tempo que o consome.
A minha pergunta seguinte é: onde está o pastel de nata?
Tal como a razão o ato de guardar objetos está associado não à posse do objeto mas às memórias que ele carrega consigo, o pastel de nata está associado a memórias, a sensações e necessidades que ele preenche enquanto é ingerido.
Pense em qualquer alimento que lhe causa conforto e uma satisfação quando o consome – como se estivesse a chegar a casa.
A minha pergunta é:
- Para onde iria a vontade de consumir esse alimento se antes alguém lhe desse um daqueles abraços envolventes de 20 segundos que lhe fazem disparar a oxitocina.
- No final da tarde quando o cansaço aperta e tem mesmo que comer algo doce, como seria se alguém lhe desse uma massagem generosa, daquelas que se adormece e escorre saliva pelo canto da boca e tudo?
- Se necessita mesmo daquele crocante a meio da manhã quando o trabalho ou os prazos apertam, como seria se alguém lhe dissesse que afinal hoje tem o dia todo livre e que o prazo de entrega daquele projeto foi adiado para daqui a seis meses. E ainda vai receber mais por isso porque fez um ótimo trabalho até aqui.
- Se tem saudades daqueles domingos com sol onde se sentava, lia o jornal e bebia um café acompanhado por um pastel – a próxima pergunta é: Há quanto tempo não tem espaço para si – para relaxar e usufruir de uns momentos de solidão ao seu ritmo.
Afinal onde está o pastel de nata?
Boas práticas.
Adorei este pastel de nata!
Grata!